entre a ciência e a ficção
Enquanto imagem ‘expressa’ num objeto real (o romance escrito, publicado e lido), a ficção pertence a vários mundos: este em que ela se enraíza e se torna uma coisa-desse-mundo na forma de um livro, e aqueles que ela evoca enquanto possíveis. (CAUQUELIN. 2010)
Ficção porque, inspirada por teorias das ciências, da mitologia e da filosofia, aqui se constrói uma narrativa que transita entre de mundos possíveis e dimensões da realidade, e de semelhanças entre as mais variadas formas de vida, que se conectam através de estruturas de redes.
Apesar do grande avanço da ciência nos últimos séculos, ainda se faz impossível dar conta de se conhecer empiricamente todos os fenômenos do mundo, inclusive após o surgimento da física quântica, quando a ciência passa a trabalhar com termo “possibilidades” ao invés de “verdades únicas”.
E é exatamente nestas “frestas”, onde ainda não se encontraram respostas, que se abrem as possibilidades instigadas pela imaginação e que se concretizam através do gênero da ficção.
O termo ficção científica, mais comumente empregado na literatura e no cinema é aquele se inspira do conhecimento da ciência para criar ficção. Uma visão mais superficial e generalizada nos apresenta o gênero através de histórias de ciborgues, robôs, alienígenas, viagens estrelares e no tempo, mas a definição de Vincent Louis-Thomas tem sido a que mais se adequa a nossa perspectiva, como “combinação entre representação fantasmática da ciência, a tradição do fantástico e o imaginário social através do qual pode se ver o desejo de cada período.”
Partindo deste pensamento, passa-se a tecer um nó entre teorias que, apesar de pertencerem a áreas distintas do conhecimento, se entrecruzam numa teia de “mundos possíveis”, representadas através da imagem e concretizadas no ato da leitura.
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